Começa no dia 31 de agosto, segunda-feira, às 19h, o bloco temático sobre o filósofo italiano Giorgio Agamben na segunda edição do curso “Ética e filosofia política no tempo do agora”. Agamben foi um dos autores abordados no curso anterior, na aula do professor Pedro Oliveira, que trabalhou a noção de estado de exceção como paradigma do governo nos Estados democráticos de direito, a partir do livro “Estado de exceção”.
Nessa segunda edição, o bloco temático será composto por uma conferência de abertura e quatro aulas. A conferência “O filósofo e pandemia: os autos do caso Agamben” ficará a cargo do professor Daniel Arruda (UFF) , buscando discutir a controvérsia gerada pelos textos do autor no contexto da pandemia. O mais polêmico deles, “A invenção de uma epidemia”, foi publicado em fevereiro, um pouco antes da Itália vivenciar o pior momento dos efeitos da Covid-19. O professor Daniel é autor do artigo “Josef K sendo Josef K, como um cão!”, um dos textos gerados pela recepção dos escritos do filósofo no Brasil que motivou pesquisadores/as brasileiros/as a produzirem reflexões diversas sobre o que ele chamou de “caso Agamben”.
A primeira aula do curso, dia 1/09 às 19h, “O desejo da lei te der um corpo: o diagnóstico jurídico-político de Giorgio Agamben", será ministrada pela professora Isabela Pinho e tratará da radicalidade do pensamento agambeniano, segundo o qual enquanto houver Estado e direito, a vida humana será capturada como matável. Dando continuidade ao diagnóstico apontado pela Isabela, o professor Pedro Oliveira discutirá a categoria de forma-de-vida, conceito de Agamben que propõe pensar uma vida incapturável pela esfera jurídica a partir da pergunta “é possível pensar uma organização social para além do direito?” , no dia 3/09 às 19h.
Tomando como ponto de partida os recentes levantes antirracistas que derrubaram estátuas e monumentos coloniais em várias cidades do mundo, as professoras Juliana de Moraes Monteiro e Beatriz Zampieri apresentarão as categorias e de arquivo e de testemunho que aparecem no livro “O que resta de Auschwitz”, buscando investigar modalidades de elaboração do passado e da memória que não seja a afirmação e a reprodução dos discursos de poder e opressão. A aula tem o título "As estátuas também morrem: memória, arquivo e testemunho na obra de Giorgio Agamben” e acontece dia 8/09, 19h.
Fechando o bloco, a professora Danielle Magalhães visa pensar como o verso - enquanto interrupção e hesitação daquilo que se volta para frente - se torna um elemento potente para lermos o tempo do agora como uma sucessão catastrófica de cisões, saltos e golpes na medida em que, desde Mallarmé, podemos caracterizar o verso como um estado incessante de crise. A aula tem o título “Pensar o tempo no verso: o estatuto político dos institutos poéticos de Giorgio Agamben” e acontece dia 10/09, 19h.
Com essa programação, esperamos contribuir para uma imersão no pensamento desse autor incontornável, cuja teoria vem sendo amplamente debatida nos estudos contemporâneos de diversos campos e domínios do saber para pensar o tempo do agora. Para se inscrever no bloco temático sobre o filósofo Giorgio Agamben, acesse: https://www.tempodoagora.org/cursos
Imagem: Fora, Gustavo Speridião,2013
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