Neste artigo tenho em vista a reformulação da língua pura no ensaio “A tarefa do tradutor” de Walter Benjamin, com o objetivo de indicar, como apontamento a ser desdobrado, a relação entre tradução, linguagem e política. A tradução concebida não como mera transcrição de uma língua para outra, nem como comunicação do sentido da obra original, mas como afinidade supra-histórica (überhistorischer Verwandtschaft) entre as línguas históricas implica outra experiência da linguagem. É a experiência da comunicabilidade da linguagem para além de seu caráter comunicativo e para além das línguas históricas que ensejará um questionamento sobre a dimensão política da tradução. Dividido em duas seções “tradução: encontro amoroso entre línguas” e “tradução: para além das barreiras históricas das línguas”, este artigo trabalha tanto uma metafórica feminina como uma metafórica política encontradas no ensaio benjaminiano.
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